Quem conta um conto... acrescenta um ponto

No âmbito do Plano Nacional de Leitura,  e em parceria com o jornal SOL, foi lançado em Outubro último o concurso: "Quem conta um conto... acrescenta um ponto". Assim, a equipa da BE/CRE propôs aos alunos da nossa escola que fizessem um conto a partir de uma obra de relevo da literatura portuguesa, com prazo de entrega dos trabalhos no presente mês de Janeiro. O repto foi lançado aos alunos do 2.º ciclo, tal como manda o regulamento do concurso, e o trabalho seleccionado foi o da aluna Lúcia Garcia, do 6.º C, com um conto a partir da obra de Júlio Dinis: "Uma família Inglesa".
Eis o texto da nossa Lúcia, que agora será analisado conjuntamente com outros textos realizados por alunos das restantes escolas do Agrupamento e poderá, ou não, ser escolhido para representar o nosso Agrupamento neste prestigiante concurso literário.

Uma família Inglesa

Carlos e Cecília casaram-se e passados alguns anos os dois estavam felizes como nunca. Um certo dia, estava este feliz casal a passear pela Rua da Má Língua e chegou-lhes aos ouvidos que a mãe de Cecília estava viva e que morava num prédio muito velho, precisamente, na Rua da Má Língua. Cecília nem queria acreditar naqueles boatos que por lá se ouviam, mas Carlos disse a Cecília que até podiam ser verdadeiros.

Não demoraram a procurar por toda a rua, mas o que não faltavam lá era prédios velhos… Mesmo assim, não desistiram e procuraram durante dias e dias, até que finalmente o encontraram. Realmente, o que as beatas diziam na esplanada era verdade…

Cecília ficou muito feliz, mas ao mesmo tempo chateada, pois pensava que a mãe tinha morrido num acidente. Foi logo ter com ela e pediu-lhe explicações: por que razão a abandonara? A mãe respondeu que engravidou sem contar na adolescência, uma coisa que não desejava, pois queria ser médica e tinha decidido seguir o seu sonho. Foi nessa altura que deixou o pai de Cecília. “Fui logo para o Canadá estudar. Lá, licenciei-me em medicina e decidi vir ter com o teu pai para ver como estavam as coisas por aqui. Mas como não podia estar muito tempo, fui-me embora para Inglaterra. Foi durante essa viagem que conheci Mr. Richard. Tive uma relação com ele, por pouco tempo, e mais tarde vim a saber que ele se tinha casado e tinha tido um filho, com quem agora estás casada. Passados alguns anos, vim para o Porto morar, tinha muitos colegas que tinham vindo para cá e me diziam que me iria dar bem por aqui. E então resolvi vir, e fiquei até hoje”.

Cecília regressou a casa depois desta conversa e contou o que se tinha passado ao seu marido. Ele aconselhou-a a ir contar ao seu pai e ela assim fez.

No dia seguinte, Cecília foi ter com o pai e contou-lhe que tinha reencontrado a mãe. O pai perguntou como é que ela soubera do que se tinha passado, e a filha contou-lhe o sucedido com a mãe no dia anterior. Os dois, pai e mãe, encontraram-se e passado pouco tempo já estavam juntos. Cecília ficou feliz por saber que se estavam a dar bem.

Alguns meses depois, Cecília estava a sentir-se um pouco mal e resolver ir ter com a sua mãe, já que ela tinha conhecimentos médicos. E a mãe deu-lhe a notícia de que estava grávida de gémeos. E então resolveram comemorar todos juntos. Mr. Richard, após o nascimento dos gémeos, resolveu ir para Inglaterra e deixar a empresa para o filho. A mãe de Cecília, e o pai, resolveram comprar uma casa bem grande para todos viverem juntos. E Jenny foi morar para Lisboa onde conheceu o seu amor e agora estão prestes a casar.