Reflexão sobre o Natal
Quando era menina o Natal era o presépio, feito de lama ou barro que arranjava pelas bordas, de paus de giesta e bugalhos, de musgo e pedra… e tudo, naquela simplicidade, parecia o menino Jesus. Não havia luzes nem o Pai Natal. Sabia, ingenuamente ou não, que o Natal celebrava a natividade desse menino, nascido pobremente numa manjedoura, e como rejubilava com isso. Como era feliz! Não tinha presentes, nem sabia que no Natal se davam coisas.
Passados vinte e cinco anos não reconheço o meu Natal de outrora. Olho à volta e verifico que o presépio foi substituído pelo Pai Natal, pela árvore, pelas bolas, pelas luzes e outros quantos ornamentos natalícios. A febre consumista tornou-se sinónimo de Natal e a reunião familiar já não é o que era: simples e espontânea.
O menino Jesus desapareceu? Raptaram-no? Não! Ele foi, é, e sempre será, o Natal e esse não pode ser aprisionado, abafado, encoberto…
Poderás considerar-me egoísta, convencida, antiquada ou até mesmo ditadora, mas a verdade é que o Natal não passa de fogo de artificio, efémero e fútil, se for apenas luzes, árvore ou até presépio. Que importa se és Cristão ou não? Natal é singelamente amor - sim essa palavra tão banalizada e maltratada e que incomoda tanta gente. Natal é Jesus, quer acredites ou não, porque é símbolo do amor sublime, da união e da sagrada família.
Por isso venham os reis Magos adorar o menino, venham os pastores, venha o incenso e a mirra, venha a magia tão pagã como cristã… vamos nós também!
Por Graciete Teixeira
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